janeiro 14, 2008

Onze meses sem fumar

Faz hoje, catorze de Janeiro do ano da graça de dois mil e oito, onze meses que sou fumador em abstinência. Daqui a um mês irei apresentar a factura ao meu grande amigo, Pedro, que prometeu pagar-me um almoço onde eu quisesse, custasse o que custasse, quando deixasse de fumar. Ele não se esqueceu e, há pouco menos de onze meses, ao dar pela falta do meu fumo, fez questão de lembrar que a promessa, velhinha de muitos anos, continuava de pé. Disse-lhe que esperasse um ano.
Espero que esta seja a última vez que comemoro xis meses sem fumar pois, embora continue muito satisfeito com a condição de fumador em abstenção, já considero isso uma coisa normal e o tabaco já não me diz quase nada. Sei que uma recaída é sempre possível mas, neste momento, já não posso dizer que é preciso um grande esforço para manter a decisão. O meu principal receio é deparar-me com uma situação na minha vida, tão má, que me faça concluir que, no cenário em causa, o tabaco é o menor dos males. Daí a baixar as defesas e deitar tudo a perder seria um passo bem pequeno.
A condição actual de que me orgulho e quero manter – prática desportiva regular, melhor qualidade de vida, alimentação mais saudável a precaver o possível aumento de peso - não é compatível com o estatuto de dependente do tabaco. Tudo isto, a somar ao aumento da auto-estima, acaba por constituir uma âncora que me mantém bem preso à minha decisão iniciada há, exactamente, onze meses.

2 comentários:

Barbaçana disse...

Man, só quem foi presa desse vício ou dependência física durante tantos anos como tu pode avaliar a alegria que sentes por se libertar dele e conseguir aguentar-se onze meses "fora".
Aquilo que temes, a ocorrência de algo de grave na tua vida que te leve a "pecar", pode de facto atirar-te outra vez para as grades dessa masmorra e tornares-te novamente refém daquilo que agora vês como uma ténue ameaça.
Penso que não deves temer isso,milhares de pessoas largaram o vício e agora não pensam em regressar,há quem diga inclusive que a partir de determinada altura há mesmo uma repulsa.
Como simples mortal e teu amigo apenas te posso desejar que saias vitorioso dessa tua luta.
Abraço.

Anónimo disse...

Olá Zé!!

Não tenhas dúvida que o almoço, custe o que custar, está de pé.
Na altura em que fiz a "aposta", muito mais do que considerar o desafio inultrapassável esperava que funcionasse como estímulo. Parece-me que não deixaste de fumar por causa do meu almoço, contudo espero que contribua, além da inevitável comemoração, para solidificar a nossa Amizade.

Um Grande Abraço
Pedro