novembro 29, 2015

A cura das azeitonas



Este ano as azeitonas são mesmo boas, sem bicho, graúdas e, muito importante, houve oportunidade de as apanhar mesmo no ponto, já bem criadas e antes das primeiras geadas.
A pedido da minha amiga Carmo, deixo algumas dicas sobre o assunto, poderão ser úteis a mais alguém.
Há muitas variações na forma de as curar mas, basicamente, seja por processos químicos ou naturais, o que se pretende é retirar-lhes a acidez característica e torná-las comestíveis. 

Cuidados a ter:
 
  • Nunca lhes tocar em Lua Nova, deixar passar um sábado desde que começou a dita e, só a partir daí, é que se lhes pode começar a ligar
  • Podemos separar as verdes das maduras. As mais maduras não aguentam tanto tempo em conserva e, além disso, são mais saborosas.
  • As mais verdes  devem ser guardadas para mais tarde. Basta metê-las numa solução salina saturada e guardar e aguardar. É preferível  mexer a água com sal e depois deitá-la nas azeitonas para não as maçar. Nessa solução salina aguentam um ou vários anos mas estarão prontas a comer lá para Março. Em breve criam uma película impermeável que não deve ser retirada até à mudança de água, já curadas, lá para Março ou Abril,  pois protege-as criando uma barreira natural e ajuda a conservar.
  • Vamos tratar das maduras que se faz tarde. 
  • Para acelerar o processo podemos golpeá-las e escaldá-las diariamente (água 40/50ºC) ou, no mínimo, mudar-lhe a água todos os dias.
  •  É de evitar usar água da torneira (tratada) contém cloro e fá-las ficar moles.
  • Também, para ajudar a retirar o amargor mais rápido, podem colocar-se em cinza. Num balde vai-se colocando camada de azeitonas e um pouco de cinza.
  • O tempo de cinza varia, se for colocada logo no início da cura pode durar por três a quatro dias; se estiverem quase curadas não devem ficar mais do que um a dois dias. No caso da foto acima, como elas estão quase comestíveis só vão ficar em cinza por 24 horas. O excesso de tempo em cinza pode acabar por estragar tudo, pode retira o amargo mas também o paladar característico que interessa manter.
  • Depois de retirado o amargor, continuam a ser deixadas em água com sal e algumas aromáticas. 
  • Não vale a pena exagerar com as aromáticas pois algumas ervas amolecem as azeitonas. Eu coloco apenas tomilho, loureiro e casca de laranja. 
  • A quantidade de sal, depois de curadas, depende do tempo que as queremos conservar, quanto mais tempo mais sal. Mas estas, se estiverem maduras e apetitosas, não duram muito e, como tal, podem ser apenas temperadas a gosto. Se tiverem muito sal terão de ser retiradas com antecedência e postas em água sem sal para ficarem"au point".
    Boa cura e bom proveito.

Encontrado por acaso

Ao pesquisar no Google acabei por ser encaminhado para o meu próprio blogue, aqui abandonado desde há muito tempo. Estive e reler e gostei de recordar as tretas que aqui fui debitando ao longo do tempo.
Logo que passe este sufoco da apanha da azeitona, quase sempre sem acesso à net, vou tentar voltar à escrita, se não tiver outra utilidade servirá para mais tarde recordar.

julho 03, 2015

Regresso ao blogue

Ontem, recebi um comentário/pedido de ajuda sobre rega gota a gota. Recebi-o no mail, como habitualmente, mas, para o publicar, teria de aceder ao blogue. Afastado destas lides há mais de três anos, tive que andar às voltas até encontrar a forma de entrar de novo.
Isto deixou-me a pensar que a ascensão do facebook concorreu com os blogues e acabou por deixar estes para trás.
Estou pois a voltar à escrita no blogue para manter o tasco aberto, a tal função fática da linguagem, e também como forma de auto-motivação para retomar  a escrita com regularidade porque... afinal até gostei de reler o que escrevi em tempos idos.  

abril 09, 2012

Dormindo com o inimigo


Dormindo com o inimigo é o lugar comum que melhor se adequa ao que tenho andado ultimamente a fazer na horta: tratar o terreno para que as ervas daninhas tenham boas condições de germinação e desenvolvimento.
Passo a explicar: tudo começou há cerca de catorze anos, pouco depois de a minha filha nascer. Apareceu no quintal, no meio dos alhos, uma erva desconhecida para mim. Até achei piada, as folhas eram idênticas às do trevo e mais tarde deu uma flor amarela muito bonita. Verifiquei posteriormente que tinha uns tubérculos subterrâneos minúsculos. Era apenas um exemplar e não dei nenhuma importância à questão. Pois é, aquilo foi apenas o início, ao longo dos anos veio a propagar-se por toda a horta até se chegar à situação atual - uma praga insustentável que compromete todas as culturas. Falei na dita infestante a várias pessoas, vi muitas nos Açores e descobri que é conhecida pelos nomes populares de Azedas, Vinagres e Trevo-Azedo. O nome científico é Oxalis pes-Caprae. Houve quem opinasse que a "semente" original veio através do composto orgânico guano que eu cheguei a usar.
A certeza acerca da melhor forma de resolver o problema é que ainda não a tenho. Já pedi o conselho da Bayer e estou à espera de resposta. Neste momento, a solução que prevalece é a "receita" do meu amigo Zé Carlos que, nestas questões, não há pai para ele, tem sempre um truque na manga. E a receita dele é deixar crescer e aplicar Roundup Ultra, herbicida sistémico de pós-emergência contra infestantes anuais e vivazes, em dose reforçada. Para o efeito, este ano, plantei apenas cerca de um quarto do espaço da horta e no restante estou a "engordar" os ditos vinagres: lavrei convenientemente, dentro da estufa apliquei também uma boa rega, e estou à espera que germinem e cresçam para, quando estiverem no ponto, lhes tratar da saúde. Entretanto, se alguém ler esta mensagem e tiver uma solução agradeço que me diga.

abril 08, 2012

Semear em Lua Nova


Costumo ser cuidadoso com a fase de Lua Nova no que respeita à realização de algumas atividades. Há quem diga que não acredita nessas coisas mas, pela parte que me toca, sou mais humilde. Não percebo a correlação e limito-me a constatar as consequências. Desta vez, na altura de meter mãos à obra, nem tal me passou pela cabeça e, verifico agora, ontem, contra as regras estabelecidas, em fase de Lua Nova, semeei um alfobre com alfaces, várias espécies de couves, aromáticas, etc. Dizem que, depois de passar um sábado pela Lua Nova, já não há grandes consequências mas, neste caso, foi ao quarto dia de Lua Nova, precisamente a um sábado. Vamos lá ver como é que as coisa evoluem.

De volta


Depois de tão longa paragem, estou de volta à escrita.
Ontem, à procura de informações sobre a melhor forma de fazer alfobres, encontrei alguns blogues sobre agricultura de que gostei. Alguns deles, muito interessantes, acabavam por ser uma boa forma de ir tomando apontamentos sobre os trabalhos agrícolas realizados, condicionalismos, preocupações e receios sobre os resultados e depois a constatação, ou não, desses resultados.
Até ver, enquanto o ímpeto durar, com inspiração no que vi, irei continuar este blogue, agora de forma mais ligeira, relatando apenas as pequenas coisas desta pequena parte da minha vida - a horticultura.

maio 26, 2009

Tempo de pausa

Isto de manter um blogue tem os seus altos e baixos.
Assim, sem grandes reflexões acerca do que nos leva a escrever, a parar de escrever, a escrever muito, pouco ou nada tem a ver com a alternância de interesses entre os quais vamos oscilando. Por vezes estamos motivados mas não encontramos um assunto em que achemos que valha a pena pegar. Noutras alturas, deixamos andar e não queremos saber mesmo que haja assunto. Parece ser o caso presente. Há dias deu-me para ir ver mensagens passadas e gostei de rever os pontos de vista que expressei. Espero voltar à escrita; quando estiver menos ocupado e, principalmente, quando a motivação voltar.
Até lá irei rabiscar umas coisas apenas o quanto baste para não me fecharem o tasco.