fevereiro 29, 2008

Cartas de amigo

Havia as cartas de amigo, de escárnio e de mal-dizer, ou seriam as cantigas? Esta que colo em baixo, é uma carta de de amigo, aliás, amiga, e trata-se de um mail que acabei de enviar a uma amiga muito querida. Pela resposta que aqui deixo, dá para ter uma ideia acerca do teor da mensagem recebida que, obviamente, não divulgarei. Fiquei tão orgulhoso da confiança depositada que resolvi partilhar aqui no blogue.

"Olá, F...,
Muito obrigado por me teres escolhido como confidente especial. Ser o primeiro a ter a honra de ler o teu livro sensibilizou-me até à medula e garanto-te que o que acabei de escrever não é uma figura de estilo.
Eu sei que existe, no plano mental, uma forte cumplicidade entre nós. Também sabemos que é humano e compreensível existir um certo pudor em nos expormos; mesmo entre pessoas que, como nós, têm já um vasto historial de inter-acção intelectual. Essa fragilidade engrandece-te em vez de te rebaixar. Estive todo o dia ausente e, ao chegar a casa, após ler o teu mail, decidi, de imediato, apesar da grande curiosidade que sentia e continuo a sentir, começar a ler só depois de responder a este mail para te prometer solenemente que vou ser completamente honesto na minha apreciação pessoal. Aliás não esperas de mim menos do que isso.
Vou ler e analisar, sem ideias pré-concebidas, com o máximo de isenção, objectividade e rigor que conseguir. Mas uma coisa te posso dizer desde já - aquilo que escrevemos está numa correlação quase perfeita com aquilo que somos e, se bem te conheço, tu nunca conseguirás escrever mal. A única forma que imagino que poderia, eventualmente, afectar o teu estilo habitual, seria o risco de ficares condicionada em função do público a quem o livro se destina. Porque, se te limitares a ser tu própria, o êxito está garantido.
Bj
....

P.S. Agora vou ler o teu livro"

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