fevereiro 08, 2008

As virgens ofendidas

O director da PJ, em entrevista na tv, admitiu ter havido precipitação quando Kate e Gerry McCann foram constituídos arguidos.
Até aqui tudo bem, a liberdade de expressão é para todos. O homem tem todo o direito de dar a sua opinião e deu-a. Certo?
Quem se sentiu atingido tem todo o direito e liberdade de responder se assim o entender e tiver oportunidade para tal. E ponto final! Certo?
Errado, Sr Alípio Ribeiro, o senhor ainda deve estar, a esta hora, a ver e rever as suas declarações para tentar perceber no que se meteu. Vejamos alguns exemplos das reacções suscitadas:
• O juiz desembargador Eurico Reis diz que o Director Nacional da Polícia Judiciária "não mediu a gravidade das suas declarações"
• O deputado Nuno Melo disse que Alberto Costa não devia demitir Alípio Ribeiro mas sim dar explicações sobre as polémicas declarações
• Santana Lopes admite que ficou "surpreendido e considerou que só "razões muito fortes" podem explicar as declarações
• Foi pedida a opinião do Presidente da República que se escusou a comentar
• O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público criticou os responsáveis de organizações que falam sobre processos pendentes.
• O ministro da Justiça manifestou-se disponível para prestar declarações no Parlamento sobre as polémicas declarações.
• Marcelo Rebelo de Sousa considerou «gravíssima» a declaração do director da Judiciária
• Jorge Coelho considerou que as declarações de Alípio Ribeiro foram infelizes

Em jeito de desabafo - as declarações poderão ter sido infelizes e inoportunas e terem desagradado a alguns mas…
. As reacções não serão exageradas?
. Não estarão estas eminências pardas, a fazerem-se de virgens ofendidas, sempre prontas a chafurdar nas fraquezas alheias, aproveitando todos os pretextos para chamar a atenção mesmo que seja discutindo o sexo dos anjos?

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