Desde há vários anos que a noite de Páscoa, em virtude da proximidade dos sinos da Igreja, a tocar desde a meia noite, tem sido passada em branco ou quase.
Há uns anos, à procura de sossego, resolvi mudar o local da pernoita. Não resultou porque, em vez do sino, apanhei com um cão que não se ficou em nada atrás dos sinos e fez questão de ladrar toda a noite. Desisti de mudar e acabei por me sujeitar à fatalidade do destino. Este sábado, uma vez mais, já conformado com a perspectiva habitual, deitei-me, como de costume, com a leve esperança de os tocadores de sino se cansarem e acabarem por dar algum sossego. E foi o que aconteceu ou, pelo menos era o que eu pensava. Dormi o sono dos justos. Tive uma leve sensação de ter ouvido os sinos mas, arrumei o toque no sonho e nem chegou a acabar de me acordar.
De manhã levantei-me a gabar-me da minha capacidade de adaptação e da forma como deixei de ouvir os ditos e dormi toda a noite sem dar pela sua presença.
Foi aí que me deram a notícia que todos sabiam, excepto eu, o sino tinha caído do campanário pouco depois dos primeiros repiques e quase não houvera toque.
março 24, 2008
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2 comentários:
Aix, que desastre o sino de Brunhoso ter caído! Só espero que a queda não tenha qualquer significado simbólico e que não agoure outras quedas numa terra que muitos estamos a procurar salvar do definhamento. Há alguns anos (na verdade foi há muitos)caiu mas foi só o badalo de um, agora foi o corpo todo. E ficou assim inteirinho como mostra a foto? E não se feriu ninguém? Aix,que milagre! Já agora, olhe Amigo xeringas, acordado por acordado antes pelos álacres sons pascoais do sino do que pelos latidos chatos de qualquer perro. Abraço
Caro Aix, o sino que caiu não foi o de Brunhoso. De facto, pela arquitectura do campanário, é fácil essa confusão mas não foi em Brunhoso. Também fiquei intrigado ao constatar que ficou inteiro sem uma racha sequer. E mais tratando-se de uma liga extremamente frágil. Mas acontece que o ponto de impacto com o solo foi a parte superior, em madeira, que amorteceu a queda e assim evitou a fractura. As pessoas deram um nome a essa parte do sino, em madeira, mas não consigo lembrar-me. Até já tentei pesquisar mas não encontrei.
E ninguém se aleijou. À hora a que se deu a queda era pouco provável andar alguém pela rua a não serem os tais aanimadores da noite de Páscoa.
E sim, concordo que antes impedido de dormir pelo sino que pelo perro.
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