novembro 16, 2008

Alguém me diz o que é isto?

Costuma-se dizer que nada aparece por acaso e quando nos deparamos com um determinado cenário, por mais estranho que nos pareça, normalmente descobrimos o seu objectivo ou intencionalidade. Não se passou assim neste caso.
Há já uns meses, num local público, nas imediações de uma estação de serviço, na fronteira, do lado espanhol, deparei-me com a situação que as fotos documentam: uns atilhos grosseiros emendados, formados por uma fita de prender cargas e um fio eléctrico, presos no alto de um ramo de choupo e, suspensos da outra ponta, um pequeno tronco, um bloco de cimento e outro de granito. Estas três peças suspensas, por sua vez, estavam também presas ao extremo do banco de granito, como se vê na foto, desviados da vertical em cerca de 20 graus. Perante tal achado, por mais voltas que desse à cabeça, tal como hoje, não enxerguei qualquer relação causa/efeito, objectivo ou intenção. A curiosidade levou-me a fotografar a cena. Decorridos vários meses, quando, como agora, por associação de ideias, o assunto volta à baila, continua a intrigar-me como um puzle sem solução.

3 comentários:

Anónimo disse...

O achado parece ser ,de facto, misterioso. Mas, se analisado à luz da interpenetração simbólica, não deixa de ter abundantes e esclarecedores significados de fácil compreensão e o puzle tem solução. Se não,vejamos componente a componente:
-atilhos grosseiros emendados: os atilhos (de atar) são as grelhas que nos prendem aos nossos preconceitos e nos impedem de ver os pontos de vista divergentes (veja-se os que são a favor e os que são contra a barragem no Sabor ou o modelo de avaliação dos profes). São emendados porque, tendo-se partido, teimamos em os preservar, somos teimosos, não aceitamos que o nó que os une é o nó górdio da sabedoria suprema.
-fita de prender cargas: a fita é [o ensaio sobre] a cegueira, que nos leva a alterar a realidade (fazer fitas) e que está em permanente dialéctica com o fio eléctrico que, pelo contrário, procura a luz, a clareza.
-ramo de choupo: é preciso ver que o choupo, como o eucalipto, seca tudo à sua volta, aniquila, destrói. Aliás sem o “o” é chupo e mais não digo.
-suspensos: a suspensão é um estado de eterna dúvida (suspensão do juizo) sobre o que não temos a certeza (que é tudo).
- um pequeno tronco, um bloco de cimento e outro de granito: não é por acaso que são 3 os objectos; o 3 sempre foi um número cabalístico ao longo da história; pai-filho-espírito santo; fé-esperança-caridade; liberdade-igualdade-fraternidade; deus-pátria-família; tese-antítese-síntese. Em versão psicanalítica: no masculino os testículos e o pénis, no feminino os 3 da virgindade. Em versão literária: com 3 letrinhas apenas se escreve a palavra mãe. Individualmente o tronco é o perecível, o transitório, o frágil, a madeira que arde; o cimento o que une os opostos, o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o finito e o infinito, o sim e o não; o granito é o eterno, o imperecível, uno não obstante os sempre presentes 3 misteriosos elementos que o compõem: quartzo, feldspato e mica.
-desviados da vertical em 20º: significa a humildade e a sageza; nem a verticalidade perfeita (90º) nem a posição rasa (0º); ângulo agudo (de agudeza), perspicaz, penetrante (contrário de obtuso).
Finalmente, não é por acaso que o cenário está do lado espanhol: é que “yo no creo en brujas pero que las hay las hay”.

Zé Ruela disse...

Parabéns aix!
Quem sou eu para comentar explicação tão transcendente mas, ao mesmo tempo, tão óbvia?
Vou tentar provocar-te mais vezes para ter direito a prendas destas.

AG disse...

é magia negra, com certeza...