maio 30, 2008

Rega gota a gota

Após dois anos de pausa, voltei a adoptar o sistema de rega gota a gota.
Este sistema é quase só vantagens: Evita o efeito de lixiviação da terra e a consequente perda de nutrientes; fornece à planta a quantidade de água de que necessita sem necessidade de recurso a mecanismos biológicos de adaptação ao meio; e também, não menos importante, pela poupança de água, imperativo económico e ecológico. Para não falar na facilidade de não ter que fazer mais nada que não seja abrir a(s) torneira(s). Ainda não senti necessidade mas até posso instalar um temporizador com programa de rega e aí... fico com uma horta inteligente.
Depois de montado, o que é muito rápido e barato, a única desvantagem é a facilidade com que os tubos entopem por a água do furo ser bastante barrenta.
O sistema que usava era de montagem mais difícil e não permitia que as diferentes culturas fossem contempladas com a quantidade de água de que necessitavam. O sistema era de tudo ou nada, ou seja, regar ou não regar. Era um bocado difícil conciliar a rega dos tomateiros que requerem pouca água, das alfaces, que querem toda a que se lhe der ou das couves, que não gostam das regas à tarde. Então, como se pode ver na foto, em cada derivação instalei uma pequena torneira que permite fazer regas selectivas.
Posso regar directamente da torneira (água do furo) mas resolvi instalar um reservatório com bóia que fecha a torneira de enchimento. É mais seguro porque, se houver uma ruptura, a perda de água será apenas a que houver no depósito.

maio 28, 2008

Lazarilho de Tormes e Galp VS Governo


As peripécias do cego Lazarilho de Tormes e do seu criado, livro do Séc. XVI de autor desconhecido, explicam as acusações mútuas entre o Governo e a Galp acerca do aumento dos preços dos combustíveis. Uma das situações mais engraçadas do tal livro é o relato acerca da uva que ambos comiam, bago a bago, o cego e o seu criado. A páginas tantas o cego, sem qualquer aviso, dá um valente tabefe no criado. E este questiona:
- Mas porque me bateste?
- Porque combinámos comer um bago de cada vez e tu, meu malandro, estavas a comer três
- Mas, como podes ter tal certeza se és cego?
- Elementar, meu caro. Comecei a comer dois bagos de cada vez e tu ficaste calado. Obviamente estavas a comer três.
A Galp e o Governo têm um protocolo para dividir a uva, perdão, para nos explorar com os combustíveis. O Governo mama cerca de 50% de ISP e IVA e a Galp fica com 8% para refinação. Ora, com os grandes aumentos do crude, ao contrário dos consumidores, tanto um como outro viram as suas margens de lucro passar de exorbitantes a indecentes. E daí as acusações mútuas de a outra parte ser responsável pelo aumento dos preços. Mas, afinal nenhum deles abdicou e lá vão continuando esta sangria que nos está a enfraquecer cada vez mais e ameaça paralisar alguns sectores da nossa economia.
Enfim a ganância já vem de longe e por cá continuará a vigorar.

Inadaptado para a função

Santana Lopes, ao concorrer à Direcção do seu partido, sujeita-se a voltar a ser 1º ministro. E pode? Então, alguém que me corrija se estiver enganado, mas o homem não foi despedido desse cargo por incapacidade para a função? E pode voltar a ser integrado? Mesmo antes de o Código do Trabalho vir com a famigerada questão da inadaptação seria legítimo que o actual gerente, perdão, que o actual presidente da República, desautorizasse o anterior e aceitasse o regresso deste funcionário? Será que a campanha em curso o vai reabilitar e a incompetência que levou ao seu despedimento deixa de ser importante? Seremos mesmo, também na política, o tal país de faz de conta?

maio 19, 2008

Justo perdedor

Não sei se o Sporting foi um justo vencedor da Taça de Portugal mas não tenho dúvidas que o FCP foi um justo perdedor. Um clube que, por pressões externas, em nome não sei de quê, deixa de fora um jogador importante como é Bosingwa, merece a derrota seja qual for o adversário e a competição. Não faço ideia das negociatas que estiveram por trás da decisão de não deixar um jogador terminar a época no seu clube. Li que os milhões falaram mais alto mas não entendo como um clube comprador pode exigir que um jogador deixe de participar num jogo importante do ainda seu clube e, menos ainda, que o clube vendedor se acanhe e aceite estas condições. Não estou habituado a ver o presidente dos dragões a fazer papel de morcão mas, neste caso, não vejo outra classificação.
Claro que temos que ser práticos e aproveitar as ocasiões mas...

maio 16, 2008

O método simples para deixar de fumar

Ultrapassado este período que não foi negro mas não desejo ver repetido, aqui estou de novo, de lápis afiado, pronto a voltar à escrita.
Ontem vi à venda o livro de Allen Carr - "O método simples para deixar de fumar". Comprei-o para satisfazer a curiosidade acerca do dito depois de ouvir elogios e de saber que algumas pessoas deixaram de fumar depois de o terem lido.
Não o achei nenhuma obra de arte mas li num ápice as mais de duzentas páginas. Não sei se a maioria das pessoas teria motivação para o ler com a mesma sofreguidão mas, pela parte que me toca, com a fé de um cristão novo, ex-fumador desde há pouco, chamei-lhe um figo. Além disso, em vários aspectos, gostei de ver o percurso e a abordagem do autor, coincidentes quase ponto por ponto com o meu próprio percurso e com as conclusões a que fui chegando depois de, como ele, ter acumulado mais de trinta anos de fumo.
Acredito na eficácia do método que o autor propõe, mas houve um aspecto da exposição que me desagradou e me deixou de pé atrás. Aprecio a frontalidade e não gosto nada de ser enganado mesmo que isso seja feito com intuitos pedagógicos. Concretizando: logo no 2º parágrafo diz que não vai falar dos terríveis riscos para a saúde que os fumadores correm nem da fortuna que gastam. Afinal, do princípio ao fim, ainda que de forma indirecta, repete incessantemente esses mesmos argumentos.
De qualquer forma a leitura de livro trouxe-me algum conforto ao transmitir-me uma atitude mental mais consistente, mais optimista e sobretudo mais defensiva relativamente a (im)possíveis recaídas futuras.